sexta-feira, 4 de julho de 2008

Isoldas e Tritões 2008



Sara & André fazem uma exposição hands-off. Escolhem não os melhores artesãos (como Koons) mas os artistas possíveis dentro da micro-estrutura económica que é a sua própria galeria, e iniciam uma linha de produção, uma espécie de mini-Factory em Open Studio. Fazem das contradições económicas do seu ambiente as suas próprias premissas conceptuais – se cinquenta por cento do valor de venda das obras em exposição reverte para o galerista, porque não há-de ser a ele, numa análise feita em espelho, delegada toda a produção da exposição, servindo-se da sua própria mercadoria: os outros artistas? Se S&A tivessem seguido, para além das estratégias de criação de uma Fundação e da delegação sistemática de trabalho, outras orientações do trabalho de M. Cattelan e reproduzissem a sua acção de pendurar o galerista no tecto, minimizariam ou maximizariam o factor de risco desta exposição?
Lígia Afonso - Arte Capital.Net

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